sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Carnaval sem igual





Carnaval. Tentei em vão passar escrever neste carnaval, sobre o próprio carnaval, mas a inércia do ócio foi mais forte. Carnaval é sinfonia silenciosa dentro de mim. Não sei ao certo, mas desde que me conheço por gente, nunca fui muito ligado a festa mais popular brasileira. Talvez o sombrio tempo de Curitiba, onde as nuvens ficam estacionadas, e não permitem muito o sol a figurar entre os curitibocas.
A temperatura amena, o frio de fevereiro, a falta de desejo, tudo faz sentido para o carnaval não vingar. A quem não gosta de carnaval, mas admira o feriado, fica o convite, venha para a cidade onde o carnaval foi assassinado.
O Parafraseando Eu desta semana, não quer enfatizar, ou fazer um raio x do carnaval, até porque, este que vos fala, gosta de samba, sim, samba, mas um samba sentimental de Cartola e Noel Rosa, de resto, prefiro ritmos mais distorcidos, dedilhados em acordes menores no violão e no dançante rock inglês. E, por falar em música, estilo e procedentes, na semana passada tive a oportunidade de acompanhar um show de uma das bandas mais importantes do cenário independente nacional, sem ufanismo algum, os curitibanos da Poléxia, são o que há de mais belo na música atual. Músicas como : Eu te amo, porra, Caloando Estrelas, Violetas na janela, são algumas das letras construídas com letras belas, melodias suaves, acompanhadas de uma sonoridade gostosa de ouvir-se. São músicas que você não cansa de escutar. De bate pronto, tive a oportunidade de neste mesmo show, conversar com o John Ulhoa, guitarrista do Pato Fu, foi uma sensação estranha no começo, sabe, aquele cara que faz letras e participa de uma banda que você escuta desde de gurizinho, então, ficar frente a frente com ele não foi nada fácil. Até chegar a este ponto, precisei ver muitos cd´s e capas de livros dentro da FNAC. Foi a demonstração ensandecida do velho espírito do introvertido. No final das contas fiquei muito feliz, além deste bate papo com o John, também arrematei um cd dos poléxios, por apenas 5 reales. Quem quer escutar música de qualidade, procure a cena musical alternativa brasileira, nunca tivemos tantas bandas boas ao mesmo tempo espalhadas pelo Brasil.
A vida de quem vive no mundo das letras é desgastante, mas isso normalmente todos os mundos profissionais são. Porém, no mundo das letras, a gente escreve para exorcizar os medos, para conflitar os gostos, revelar os amores e interpretar as cenas. O que é mais é gratificante nesta vida de insistentemente escrever é conhecer, ganhar novos amigos, pessoas, que atraem-se por amores idênticos.
Em uma semana fui agraciado com um zine – Musas, feito por quatro amigas do mundo das letras, que começam a fazer um trabalho importante dentro da cultura da escrita brasileira, a publicação de um zine escrito. É um trabalho artístico muito bonito, é tudo apurado dentro de um amor, que torna tudo ali colocado, como uma simplicidade bela. Vida longa meninas, que esta seja a primeira de muitas edições. Contem com a minha soma sempre. Outro acontecimento derivado do amor, das circunstancias da escrita, foi a entrevista com o Zeca Maranhão, que falou sobre literatura em geral, especialmente sobre seu livro Viúva Negra. Muitíssimo obrigado pela dedicatória e livro Zeca. Além disso, tem outras pessoas, mas estas, deixo para próxima.
O mundo é imenso, não esperemos que a arte nos encontre, vamos produzir arte, em todo lugar tem alguém fazendo algo bonito e honesto, especialmente no mundo das letras, eu graças, conheço vários produtores desta arte, que acompanhada da vida é essencial.


Seja onde for o que importa é o amor
Seja você deixa chover
Olha pro céu olha pro céu e se esqueça

[Caloando estrelas] Poléxia www.myspace.com/thepolexia

Até o próximo Parafraseando Eu.