quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Janeiro, pouco mais.


(Ah, se o Largo da Ordem fosse sempre essa calmaria ... )



A simplicidade de janeiro foi deixada nas recordações mais reminiscentes. Tardes em que um copo de caldo de cana era ingerido para preencher a seca da garganta, após andar e calejar os tornozelos sob o forte sol de verão. Agora, blusas, casacos e até cobertores são usados, não somente durante a noite. As tardes deste mês um, nos obrigam a cobrir o corpo de alguma forma. Atualmente sair para a rua tem dois tormentos saudáveis: usar roupas inapropriadas para a estação (vista da definição do calendário) e a segunda é a ociosidade de janeiro. Época em que todos os lugares, ou boa parte deles têm gente atrás de lugares para despistar a ociosidade. Não é um erro querer desprezar a ociosidade, porém, em janeiro um dos maiores êxtases é ficar cultivando o ócio nosso de cada dia. Assistir filmes pendentes desde aquelas tardes turbulentas de compromissos e após terminar, jogar o controle remoto no chão e virar para o lado e dormir. Ou ainda, não ter pressa em usar o marca-página e deixar a leitura começar e terminar conforme a sua própria vontade.

A vontade de começar janeiro é sempre próxima uma da outra, a diferença que cada janeiro estamos mais velho (isso para uns é ótimo, já para outros um insulto) na verdade, janeiro é o primeiro mês das nossas promessas de mudanças. Entramos nele com roupas brancas, amarelas, azuis e tantas outras, pulamos sete ondas, olhamos para o céu e procuramos estrelas e planetas, amanhecemos acordados.

Janeiro em seu inicio é sempre assim, como um filme sem fim. E guarda-chuva no coração dessa estação.



Janeiro assim. Invento dentro de mim. Cinza da cidade. Marca página do livro. Caneta falhada. Semáfaro estragado. Beijo da namorada. Enfim. (aos poucos a vida volta ao normal.)


Ócio até mais!


Parafraseando Eu em janeiro de 2009.