domingo, 15 de fevereiro de 2009

De tudo que ficou.


[entrada de Curitiba -sentido norte do estado/- BR-277]
As férias terminaram. O Parafraseando Eu poderia findar ali no ponto final. Porém quando algo termina a sensação deste algo se expande por todos os lados. Não seria justo eu escrever que terminar algo é ingrato, a resposta mais evidente se descreve da seguinte forma – o período de férias foi produtivo demais, sinto que saio das férias e entro mais calibrado e experiente para a vida.
Quando os Beatles terminaram de produzir o álbum branco – The White Álbum em 1968 – as sensações de John, Paul, George e Ringo e dos milhares de admiradores era que com o termino daquele trabalho, a banda colocava seu nome ainda com mais destaque no cenário musical mundial. A sensação de Chico Buarque ao terminar o último acorde de – Roda Viva no III Festival de Música Brasileira, certamente foi positiva a todos desde daqueles idos de 1967. E como será que Nelson Rodrigues se sentiu com o termino da censura sobre – Álbum de Família que ficou de 1946 a 1965 para ser liberada para os palcos.
Quem chegou até aqui deve estar se perguntando o motivo destes exemplos, eu vos explico que eles estão como referenciais para eu mostrar que terminar sempre deixa um lado bom para todos. Pode ser o final de uma saudade, de uma dor, de um telefonema que não recebia a tempos, de uma chance de provar para os amigos que você lembra deles, que a vida por mais ingrata e injusta que seja na figura de várias “pessoas” que transitam entre a gente ainda temos PESSOAS, com maiúscula mesmo na mesma estrada.
Está quase na hora de voltar à realidade de morar longe de casa. Depois de iniciar o terceiro ano longe dos caprichos de casa, sinto que a saudade aperta, mesmo antes de embarcar. Nos primeiros dias será complicado compartilhar com o silêncio as noites, não olhar pela janela e ver as cachorras, nem sempre atentas as minhas investidas. O mais difícil será não estar em casa com a companhia daqueles que são parte do meu mundo desde que o mundo é mundo, mas, sabemos, que no mundo viver longe é apenas uma distância que não resume nem diminui o amor, pois o amor em minha família eu sempre vou levar, seja em uma esquina de Ponta Grossa, seja em uma quadra com placa pichada de Amsterdan.
As férias acabam tudo que foi ficou, mas vai caminhar adiante. Acreditamos – o menino, os personagens e os lá, lá, lá, de um rio.
A vida (re)começa antes do carnaval chegar. Muito melhor que nos dois anos atrás, agora quando eu chego tenho quem me espera na rodoviária com um beijo, um abraço e principalmente com a companhia de todos os dias. Declaração de amor se faz em final de férias também.


Volto para o caminho, o futuro e a vida.


Scuissiatto


domingo, 8 de fevereiro de 2009

Epifanias de um retrato.


Na realidade tudo é uma invenção, que contada por uma terceira pessoa se torna realidade. John Malkovich toma coca-light, consome milhões de expectadores, embora eu prefira a sua postura como ator. O sucesso de público está muitas vezes, estampado na revista – Time, que o diga, seria pior, se fosse a Caras. Não tão longe da Caras, temos - The Curious Case of Benjamin Button, no país tropical, em que o movimento Tropicália virou mingau – O curioso caso de Benjamin Button, uma adaptação romanesca de 1920. Os percalços mundanos e sofrimentos da população, infelizmente não são de hoje, a Nova Orleans, não o simpático e bonito bairro vizinho aos italianos de Santa Felicidade, já foi palcos de guerras e catástrofes. Quando me deparo com tal constatação, percebo que o mundo de hoje perdeu muito da identidade do que significa respeitar diferenças. Respeitar conivências é fácil.
Somente mais uma coisa, Telavive (semanticamente) é viver, as quatro últimas letras não se deixam desperceber, é o que penso. Quando chego no ano de 2009 e tenho que ler uma nota destas, melhor apagar a luz, passar calor, não lembrar do carnaval e agradecer por no Brasil ainda podermos ver uma bandeiras de outras etnias hasteadas. Não acredito em certos, muito menos em errados, na guerra todo mundo perde. Talvez, a indústria balística lucre, mas isso é outro fator.
“A operação militar terrestre de Telavive contra o Hamas, na Faixa de Gaza, está no segundo dia e aumenta a trágica contabilidade de vítimas, que já ultrapassou os 500 mortos. Esta é uma guerra tão esperada quanto dramática. E ainda sem fim à vista: nem a curto, nem a médio, nem a longo prazo.”

Na realidade nem toda invenção contada por uma terceira pessoa tem validade. Nem no cinema daqui algumas décadas.

Deveria escrever muito mais coisas, mas não posso.

Parafraseando eu e todos os expectadores destas barbáries de cada dia.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

É


Hoje é domingo. Não tem muita coisa diferente no domingo. Domingos normalmente tem gosto e sentido de duas letras “o” separadas por quase todas as outras letras, isso é muitas vezes o domingo. Calor, pouco mais de trinta graus em Curitiba. Ouço Zeca Baleiro, um verdadeiro poeta dedilhando seu violão. A casa está silenciosa, apenas a canção que tem cigarro no nome e o barulho do toque dos meus dedos a tatear o teclado. Se faz melodia é trama de corriqueiras inspirações vespertinas do céu azul desta tarde. A canção já mudou, regravada ficou muito melhor. Estou cansado, sem dormir nas últimas 37 horas. Não pense que eu não tentei. Não posso reclamar a noite acordado tem o lado bom. Muitas coisas acontecem e perturbam. Deve ser normal. Caio Fernando Abreu e tantos outros já escreveram que não dormir é bom. Não leve a sério isso, ou leve, afinal, você sabe o que faz. Maquiavel já dizia – os preconceitos têm mais raízes que os privilégios. A yoga não faz a minha cabeça. Não tomo coca-cola light. Esta tarde estou muito irracional. Despreocupado com o sono que já me incomoda.

Longe de você, não tem graça escrever.
Uma boa tarde minha esquecida tarde.


Parafraseando Eu, objetivo, sem rima, inspiração ou outra conotação.