terça-feira, 19 de junho de 2007

Em meu peito existe mais que simplesmente saudade

E, cá estou novamente, nunca imaginei que parafrasear a eu mesmo fosse algo complicado, na verdade, o tempo anda escasso, por mais que esteja fazendo muito, parece que é nada, frente a tudo o que realmente quero fazer. A novidade de escrever soltamente é efervecente deliciosamente adoçada pelo sobrenome Scuissiatto. Já estamos em junho, tantas coisas mudaram na minha vida, ganhei novos amigos, um curso que identifico-me, e muitos outros adjetivos, descobri o quanto sou amado por meus familiares, e também quanta saudade sinto da minha Curitiba, do meu bairro, dos lugares onde costumo queimar sola do All Star, das andanças pelos sebos do Largo da Ordem, e também de todos os amigos que aqui deixei. Em Ponta Grossa, encontrei uma cidade onde criou-se o canal de integração do meu futuro, o local onde arquiteto sonhos e vistorio ruas do alto do sexto andar. E olha que já peguei-me olhando pela janela, não que seja tendência suicida. Apesar de todas as vantagens do presente conjugando um futuro bem melhor, ainda soa estranho, acordar e não ter a quem dizer bom dia, resmungar ou mesmo falar qualquer bobagem. Mudando totalmente a singularidade do assunto. A televisão brasileira é bastante obscura em vários programas, pouca coisa prende-me atenção, talvez os telejornais os consigam, por tratar-se de assuntos pertinentes ao convívio de uma sociedade que sofre uma crise em vários sentidos. Valores, conflitos armados, discussões infundadas, escandalos políticos (rotinas!). Mas ainda existem formatos que salvam a tv da inércia de ficar fechada nos moldes comunais, um exemplo legítimo é o Canal Futura, onde os programas tem um valor que não ficam restrito apenas á publicidade, existem programas para muitos públicos, porém o que vou falar agora é o meu preferido, talvez por questões óbvias, ou não, o "Afinando a Língua", apresentado pelo guitarrista, escritor, marido da Malu Mader, Toni Belloto ( i ou y, esqueci-me), está acima da perspectiva de um programa simplesmente inteligente. Consegue distribuir de forma linear temáticas contextualizadas sobre literatura na suas mais vertentes possibilidades. É mais que uma apresentação de estética literária, os trinta minutos de programa, estão entre os mais inteligentes da televisão brasileira. Felicidade em descobrir que o futuro na televisão existe, por mais que seja atrasado por muitos formatos desgastados. Chorar é esvaziar aquilo que incomoda a alma. Chorar é demonstrar tristeza ou arrependimento, mas chorar também é normal ao ver algo na tv. Depois derrubar lágrimas na entrevista do Ariano Suassuna, na semana passada, hoje, chorei ao escutar uma menina declamar a passagem de um livro da Clarice Lispector "Perto do Coração Selvagem", por mais que a leitura dele já tenha sido compreendida por meus sentidos, ainda muito comove-me todas aquelas páginas. Não insisto, sou o mais natural possível e, parafraseio cada dia um pedaço do mundo que faz eu ser quem eu sou. Como diz a canção "exibe á frente um coração, que não divide com ninguém", por falar nos hermanos, ganhei um botom retro deles, um presente da minha amada irmã, ainda não decidi onde usa-lo, se na lapela do coração ou na alça da mochila. As cortinas fecham-se e o melhor de mim, volta na próxima semana.
Abraço cordial á todos

Bruno

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Começo, apenas começo

Certas vezes o começo não é tão começo assim, mas enfim, tudo começa normalmente pelo começo, exceto quando perco-me nas histórias, minhas próprias criações em tantos outros manuscritos, dos quais faço lista. Mas ao iniciar o Parafraseando Eu, não posso desconsiderar que aqui neste mundo repleto de letrinhas, formarei sistemas lineares e diversos não lineares, tentarei ser apenas o cara sobrevivente em um mundo caótico, doente e carente de muitas coisas, onde pretendo escrever impressões sobre a visão que superficialmente restrita a voz autoral, não consegue muitas vezes definir um rumo, a não ser aos que completem a vontade de personagens, contextualizem frases e formatem alguns poemas. Dificilmente não sou eu, mas neste espaço tentarei ao máximo mostrar o real sentido de toda a ideologia que mantém forte este meu coração em acreditar, por mais desencontros que a vida possa premiar, tudo tem hora certa para chegar. As vezes é tão sincero sentir o vento no rosto, e não ter que pedir licença para sonhar, pois é, já sinto como fosse um verdadeiro forasteiro de sentimentos, ao mesmo tempo, existe uma diferença em saber que nem todos podem serem reféns do meus mandos. Não tenho muitos caminhos por onde caminhar, mas tenho muitos caminhos para escolher, e algum dia ainda descubro porquê escolher é algo complicado e simples simultaneamente. O frio mostrou-se ausente, assim não congelo mais meus pensamentos. E antes que eu esqueça, ainda esta semana ao assistir uma entrevista do escritor Ariano Suassuna, certamente comovido pela autenticidade e sinceridade das suas histórias, lembro que lampejos de lágrimas percorreram meu rosto, na hora em que ele contou a real história do Chicó, do Auto da Compadecida, quem viu, quem saíba possa comentar melhor. E confesso que pela primeira vez tentei separar o cara que escreve o Não sou NENHUM Verissimo, zine, ou mesmo blog, deste que vos escreve, mas na realidade quem sabe, sejam todos a mesma pessoa, mas está tarde e preciso descansar. Antes que eu esqueça ainda termino de escrever um livro. E somente um amigo para ajudar na escolha do nome do blog, obrigado Danilo, ainda vou parafrasear muito de mim.

Até a próxima.