E, cá estou novamente, nunca imaginei que parafrasear a eu mesmo fosse algo complicado, na verdade, o tempo anda escasso, por mais que esteja fazendo muito, parece que é nada, frente a tudo o que realmente quero fazer. A novidade de escrever soltamente é efervecente deliciosamente adoçada pelo sobrenome Scuissiatto. Já estamos em junho, tantas coisas mudaram na minha vida, ganhei novos amigos, um curso que identifico-me, e muitos outros adjetivos, descobri o quanto sou amado por meus familiares, e também quanta saudade sinto da minha Curitiba, do meu bairro, dos lugares onde costumo queimar sola do All Star, das andanças pelos sebos do Largo da Ordem, e também de todos os amigos que aqui deixei. Em Ponta Grossa, encontrei uma cidade onde criou-se o canal de integração do meu futuro, o local onde arquiteto sonhos e vistorio ruas do alto do sexto andar. E olha que já peguei-me olhando pela janela, não que seja tendência suicida. Apesar de todas as vantagens do presente conjugando um futuro bem melhor, ainda soa estranho, acordar e não ter a quem dizer bom dia, resmungar ou mesmo falar qualquer bobagem. Mudando totalmente a singularidade do assunto. A televisão brasileira é bastante obscura em vários programas, pouca coisa prende-me atenção, talvez os telejornais os consigam, por tratar-se de assuntos pertinentes ao convívio de uma sociedade que sofre uma crise em vários sentidos. Valores, conflitos armados, discussões infundadas, escandalos políticos (rotinas!). Mas ainda existem formatos que salvam a tv da inércia de ficar fechada nos moldes comunais, um exemplo legítimo é o Canal Futura, onde os programas tem um valor que não ficam restrito apenas á publicidade, existem programas para muitos públicos, porém o que vou falar agora é o meu preferido, talvez por questões óbvias, ou não, o "Afinando a Língua", apresentado pelo guitarrista, escritor, marido da Malu Mader, Toni Belloto ( i ou y, esqueci-me), está acima da perspectiva de um programa simplesmente inteligente. Consegue distribuir de forma linear temáticas contextualizadas sobre literatura na suas mais vertentes possibilidades. É mais que uma apresentação de estética literária, os trinta minutos de programa, estão entre os mais inteligentes da televisão brasileira. Felicidade em descobrir que o futuro na televisão existe, por mais que seja atrasado por muitos formatos desgastados. Chorar é esvaziar aquilo que incomoda a alma. Chorar é demonstrar tristeza ou arrependimento, mas chorar também é normal ao ver algo na tv. Depois derrubar lágrimas na entrevista do Ariano Suassuna, na semana passada, hoje, chorei ao escutar uma menina declamar a passagem de um livro da Clarice Lispector "Perto do Coração Selvagem", por mais que a leitura dele já tenha sido compreendida por meus sentidos, ainda muito comove-me todas aquelas páginas. Não insisto, sou o mais natural possível e, parafraseio cada dia um pedaço do mundo que faz eu ser quem eu sou. Como diz a canção "exibe á frente um coração, que não divide com ninguém", por falar nos hermanos, ganhei um botom retro deles, um presente da minha amada irmã, ainda não decidi onde usa-lo, se na lapela do coração ou na alça da mochila. As cortinas fecham-se e o melhor de mim, volta na próxima semana.
Abraço cordial á todos
Bruno
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