Aprendi na escola que amar é verbo, paixão, adjetivo, tudo definido pela ordem gramatical do dia-a-dia. Nas idas da vida, sei que há muito tempo, amor e paixão, são companheiros e estão estampadas na camisa atleticana. Aliás, grata coincidência, Atlético Paranaense também tem nas iniciais as letras A e P, as mesmas aprendidas na escola, para conjugar e atribuir conceitos sutis.
Parafraseando Drummond: quando cheguei ao mundo, meu pai me disse: vai, Bruno! ser atleticano para toda a vida. Pequenino, vestindo uma jogadeira do timaço de 83, ao lado da minha saudosa bisavó, eu deixava meus esguios e brancos braços serem ocupado pelo tecido rubro-negro. Aliás, o amor pelo Atlético foi passado pelo meu velho pai, que sempre buscou argumentos para não deixar o time ser desqualificado nos adjetivos dos certames, mesmo sabendo que o futebol tem seus momentos de extrema sofreguidão.
Assim, cresci menino, vendo e vivendo o Atlético, ostentando a aura de ser atleticano, e identificando-se com o tema de uma das bandeiras, levada ao antiquado Pinheirão – Atlético além da morte. Isso é meu lema, não importando o que esteja do outro lado, o Atlético será sempre coração, memória e existência.
Hoje a escola não é mais apenas o lugar onde aprende, sim, no qual também ensino. Vejo milhares de alunos com seus sorrisos e dilemas, muitos cortejando as rodadas, outros com a velha e autêntica graça, meu time é melhor que o teu.
Mas, como o futebol é uma paixão desmedida, não existe nada melhor que mostrar para todos, ser atleticano é acreditar que diferenças, estas tão inerentes à minha pessoa. Esquerda de nascença, sempre tive o coração mais perto das descidas do Carlinhos Sabiá, e inclusive senti uma amargura adulta, naquele coração infantil, ao ver as lágrimas do ponta ao perder o pênalti contra o extinto Pinheiros. Vai ver que por ser canhoto, sempre preferi os gols marcados no gol de entrada da Baixada – por falar nisso, ali vi o Gustavo marcar o gol do título de 2000 e o Alex Mineiro percorrer grande parte da estrada do título brasileiro de 2001. Também não posso esquecer do penal cobrado nas alturas pelo Gabiru na desclassificação da libertadores em 2000.
Cada torcedor é símbolo de um sentimento, alguns tem o amor mais próximo, eu posso dizer que realmente tenho o distintivo do Atlético sempre sobre o coração. Vai ver, os anjos assim quiseram: vai, Bruno! ser atleticano na vida.