Estrelas que quase não beijam mais o asfalto. A lua que acordou de mal humor e parece não querer esconder-se entre nuvens. Luzes enfraquecidas fazem dos postes meros decoradores de avenidas. Noites coléricas, passadas. Volta-se para a expressão das palavras inoperantes de uma quarta-feira, próximo ao meio dia. Ruídos de uma rádio AM com canções as quais não satisfazem o corpo e longe ficam de delirirar o espírito. Em semana de decisão é difícil tecer argumentos nunca antes explorados. Por horas antes sente o gosto doce de quem sabe mais um sonho realizado. Bom saborear o aroma do perfume da primavera que aproxima-se. E agora José. O grande poeta com simplicidade escreveu. Perdido na poesia Drumondiana. Restrito a ser personagem da Quadrilha, mais um apenas. Passeia pela leitura de páginas nem sempre atraentes. Televisão destoa companheira do ócio obrigatório. Fizeram assistir uma entrevista muitissímo boa do escritor peruano Mario Vargas Llhosa. Feliz pelo contéudo e por não precisar utilizar-se das legendas. O que começou com obrigação, finalizou com obrigado. Futebol, antes um fanatismo, hoje, resume-se apenas à uma frase de Nelson Rodrigues "torcida vaia até minuto de silêncio". Adaptando. Descontentamento vaia até time do coração. Marx e o socialismo de classes é sensacional. Frase solta, sim. A saudade do retrato não quer afago. Desculpa do ciúme é explicar desejo. A voz não tem endereço, mas conduz ao beijo.
Quando foi perdoado
omitiu mentiras guardadas
destas encenadas
com noites musicadas.
Alento do tempo
insistente em percorrer
fagulhas enciumadas
do jantar comemorado.
Quando perdoado
esqueceu de dizer
o quanto não precisa
mais sonhar
por não te-la
esperando-o
na estação
onde perdeu o coração.
Bruno
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