segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O lado de cá é bem melhor

A história do dia contou segredos com a hora do almoço. Sentou-se olhando por entre os vidros da janela, que não é limpa a mais de uma semana. Voltou a olhar, segurou na mão e pediu um beijo. A canção antiga tocou como nova para o momento. O dia resolveu não emitir mais opinião e pôs-se a sonhar. Rabiscou linhas, protegeu-se do ciúme. Até sonha, entre tantas coisas sonhar é o mais certo. Vamos repudiar a segunda feira com trago de saudade, vamos esquecer que mês quem vem tem feriados, vamos mudar o que está errado. Vamos, mas somente vou acompanhado com lembranças daquilo que proporciona-me saudades. Não vou escutar escolher o outro lado rua. Talvez não precise mais procurar no escuro minhas mãos gélidas com receio. Talvez não procure mais, já encontrei e isto satisfaz. E ter um nome, não refaz a condição de querer apresentar felicidade. Em certos momentos não ser apenas um nome, um título, um retrato é um condição de felicidade proporcionada.
As coisas mais belas e doces da vida são as mais simples.

Fuga da realidade
Escapismo da idoneidade
Noite sonhada
Visão decorada
Porta enamorada
Tudo é visão estampada
Em doses de felicidade.


Bruno

domingo, 9 de setembro de 2007

Fugir do escuro


"Perfeição demonstrada é o vôo exuberante das aves e seus assovios afinados.
As outras perfeições são desconfiadas de acontecerem longe da realidade.
A imaginação permite transpor a exuberância das aves e a desconfiança da realidade.
Imaginar muda a cena em acontecer. Ludicamente mudamos até mesmo aqueles velhos retratos empoeirados"
O feriado chegou, trouxe palavras amigas, lembranças antigas e dualidade entre certas condições em apresentar-se em meio às cortinas entre fechadas. As fotos, descrições cômicas dos encontros familiares. Nostalgia em alta. A idade chega sem avisar, certas vezes a ânsia de crescer atropela as fases da vida. Somente com certas canções o revival acontece. Durante mais que os minutos musicados. Quando a lágrima caí, não escorre pelo peito, desvia e lentamente percorre o braço ainda com aroma do gosto das tardes de 2001. É um filme. Atentado contra o Wall Trade Center. Aviões no céu. Pânico. A saudade tem plano de fundo esta fatídica tragédia. Mas, como são doces tudo que o passado mesmo sem contrato estabeleceu. João Gilberto já cantarolava na década de 60 “Chega de Saudade”. Agarrando-se a um gancho drummondiano e um pequeno complemento – a porta estava aberta e a saudade apareceu. O barulho da casa faz bem aos ouvidos e extasiam o coração. A veneziana esmaltada de verniz é anunciante do vento. A mesa bagunçada do quarto anuncia várias produções nesta região norte de Curitiba. As frases precisam serem a descrição exata do seu autor. Não podem omitir uma identidade, para disfarçar a realidade. O personagem nasce com uma palavra, navega entre idéias e finalmente ganha um enredo. Muitas vozes de personagens protagonizam sonhos. Sonhar é ludicamente enxergar a realidade sem desprezá-la por completo. Em semana que as provas são belas, constata-se o gosto de saber que a estrada longa, merece destaque.

São tantos
Destes tantos
Recebo sorriso, perguntas
E quase no fim, permito dizer
Obrigado.

A sala de aula é fantástica, identificar que com uma palavra você muda uma história, fazem da vida um sentido próprio, entre tantas coisas errôneas.
Bruno

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Incondicional comédia diária



A rotina não tem mais talento para continuar rotina. Cada noite de domingo, preparo a mochila, olho com demagoga saudade para as paredes e falo até mais. Infelizmente nunca será felizmente. Então, dou-me por satifesito em aceitar a condição proposta pela vida. Saudades será sempre um sentimento, como temos do final de semana, quando bom, logo ao deitar para dormir na noite de domingo. O tempo disparou os ponteiros, setembro e tão agora e a primavera está quase estacionadas.

Começar
sempre estamos a começar.
Começamos a semana
começamos a dormir
começamos conversar
começamos a tarde de terça-feira
começamos a vida
sempre atenta em acontecer.
Começamos e começamos.
Hoje
mais uma semana
COMEÇAMOS.
Pelo avesso
começamos.
O coração lúdico começa
satisfeito
começa deletrear
palavras para apresentar
a porta do teatro
colorida com tinta
na composição mais singela da vida.
Canções estacionadas. Quero escutar. Poemas incabados, vou terminar. Vícios sustentados pela obsoleta mania, será contragosto de não segurar a caneta. Roteiro vou rodar. Dormir, a insônia não quer deixar. Futebol, enfim sorri. Amigos, muitos distantes. Palavras não são o bastante. Mas, percorrem lacunas verdadeiras do que realmente penso, crio e imagino. Aquele beijo até parece cinema percorrendo o poema. Ainda que suje as mãos com tinta de jornal, as letras grudam nos seus dedos, mas não marcam suas idéias. A história, era mais interessante quando estória era permitido. A timidez não sabe o que dizer. Fecha a cortina. Espera amanhecer.
Bruno.