Madrugada entre os batimentos incessantes do ponteiro do relógio, bagunça e desorganização, e uma incontrolável contestação, de qual finalidade tem a madrugada para associar além de sabores, também odores que transmitam idéias, pensamentos e todos os talentos exagerados em ser.
O hábito de terminar o dia, enquanto daqui a pouco, grande parte da cidade começa aparecer. Meu padecimento com a madrugada é ultrapassado, não existe mais solução, senão estender a mão e cumprimenta-la toda vez que começo a padecer.
Confesso, viver na madrugada é prazeroso, algumas vezes latidos estridentes ecoam, mas na maioria das madrugadas, acompanho a velocidade dos sonhos. É tão gentil e amável interpretar palavras soluçadas e contornadas por doces sinfonias. A madrugada é assim, silêncio sem fim dentro de mim. O Parafraseio eu desta semana é especial, é o primeiro após a comemoração do meu aniversário. Ainda não sinto o peso do mundo, a nova idade ainda não atrapalha, ou beneficia. Não fiquei recluso do espelho, ultimamente tenho olhado o avesso do espelho, isso é tão blasé, melhor fazer de conta e esquecer.
O silêncio interior proporciona um olhar atento e perdido neste pedaço de casa, onde, normalmente encontro-me com a minha vida. Complicado é não perceber que na minha cama, dormem muitas folhas, livros, calendário, agenda e, roupas amassadas. Em meio a esta confusão, achei minha Clarice, oras, hoje tenho o direito de escrever, afinal, não é todo dia que reencontramos um Perto do Coração Selvagem. “Uma das coisas que mais me incomodam é o fato das pessoas acharem que sou um mito. Isso prejudica muito a aproximação das pessoas que poderiam preencher o vazio da minha vida. (frase de 1969). Ao deparar-me com este comentário não posso esquecer o vazio natural e egocêntrico de um escritor com sua produção. Muitas vezes a solidão não é defeito para a prática do exercício da obra, mas acaba incompreendida quando distante desta obra. A atmosfera dos escritores, não está em sintonia com o resto do mundo. Escrever é machucar as mãos com idéias vilipendiadas, varar a madrugada, perturbar a alma, e saber, que após pronta, os machucados são curados, a idéias deixam de serem simples idéias e, a perturbação da alma, transforma-se um lindo acalanto de flores brancas.
A história precisa ser contada sempre, capítulos a deixam com contorno de quero mais. Sempre que madrugada finda, fica o gosto que outro dia logo vem, por mais que os ponteiros do relógio, já tenham definido isso.
Distante deste universo acima constituído fica uma tela de cinema é um filme nacional interessante. Meu Nome Não é Jhonny, é mais um dos filmes, adaptados de um livro, porém desta vez, fica a sensação de uma obra cinematográfica concisa. Afinal a história não conta nada sobre algum herói, ou um romance romântico, ela narra à saga de João Guilherme Estrella, um carioca, que durante a década de 80, foi um dos algozes do trafico no Rio de Janeiro. O que mais chama atenção é a falta de violência, sangue, tudo aquilo que estamos acostumados a assistirmos no Brasil, quando tratamos de filmes nacionais, como os excelentes Cidade de Deus e Tropa de Elite. A fotografia do filme não é das melhores, porém no resto, o filme é muito bom, o diretor Mauro Lima conseguiu no geral uma ótima produção. Além do filme, outro atrativo é a interpretação majestosa do Selton Mello, este, um dos atores que honram a profissão com talento. Ainda em cinema, não me surpreendeu a não escolha para disputar o Oscar do “O Ano que meus pais saíram de casa”, do diretor Cão Hamburger, dificilmente a academia seleciona filmes latinos americanos, e este filme, não é tão bom no sentido de visibilidade para concorrer ao Oscar. Para quem não o assistiu, fica o convite pelo último trabalho do saudoso Paulo Autran na televisão. Anos atrás seria loucura comentar sobre o cinema nacional, mas hoje, mesmo ainda longe do ideal, no sentido de respeito aos roteiristas e cineastas, a produção tupiniquim já tem produções para se orgulhar. Dia após dia chegaremos lá.
A madrugada não sorriu, esqueceu dos seus vícios, e já caminha para aparecer sozinha.
Scuisiatto
O hábito de terminar o dia, enquanto daqui a pouco, grande parte da cidade começa aparecer. Meu padecimento com a madrugada é ultrapassado, não existe mais solução, senão estender a mão e cumprimenta-la toda vez que começo a padecer.
Confesso, viver na madrugada é prazeroso, algumas vezes latidos estridentes ecoam, mas na maioria das madrugadas, acompanho a velocidade dos sonhos. É tão gentil e amável interpretar palavras soluçadas e contornadas por doces sinfonias. A madrugada é assim, silêncio sem fim dentro de mim. O Parafraseio eu desta semana é especial, é o primeiro após a comemoração do meu aniversário. Ainda não sinto o peso do mundo, a nova idade ainda não atrapalha, ou beneficia. Não fiquei recluso do espelho, ultimamente tenho olhado o avesso do espelho, isso é tão blasé, melhor fazer de conta e esquecer.
O silêncio interior proporciona um olhar atento e perdido neste pedaço de casa, onde, normalmente encontro-me com a minha vida. Complicado é não perceber que na minha cama, dormem muitas folhas, livros, calendário, agenda e, roupas amassadas. Em meio a esta confusão, achei minha Clarice, oras, hoje tenho o direito de escrever, afinal, não é todo dia que reencontramos um Perto do Coração Selvagem. “Uma das coisas que mais me incomodam é o fato das pessoas acharem que sou um mito. Isso prejudica muito a aproximação das pessoas que poderiam preencher o vazio da minha vida. (frase de 1969). Ao deparar-me com este comentário não posso esquecer o vazio natural e egocêntrico de um escritor com sua produção. Muitas vezes a solidão não é defeito para a prática do exercício da obra, mas acaba incompreendida quando distante desta obra. A atmosfera dos escritores, não está em sintonia com o resto do mundo. Escrever é machucar as mãos com idéias vilipendiadas, varar a madrugada, perturbar a alma, e saber, que após pronta, os machucados são curados, a idéias deixam de serem simples idéias e, a perturbação da alma, transforma-se um lindo acalanto de flores brancas.
A história precisa ser contada sempre, capítulos a deixam com contorno de quero mais. Sempre que madrugada finda, fica o gosto que outro dia logo vem, por mais que os ponteiros do relógio, já tenham definido isso.
Distante deste universo acima constituído fica uma tela de cinema é um filme nacional interessante. Meu Nome Não é Jhonny, é mais um dos filmes, adaptados de um livro, porém desta vez, fica a sensação de uma obra cinematográfica concisa. Afinal a história não conta nada sobre algum herói, ou um romance romântico, ela narra à saga de João Guilherme Estrella, um carioca, que durante a década de 80, foi um dos algozes do trafico no Rio de Janeiro. O que mais chama atenção é a falta de violência, sangue, tudo aquilo que estamos acostumados a assistirmos no Brasil, quando tratamos de filmes nacionais, como os excelentes Cidade de Deus e Tropa de Elite. A fotografia do filme não é das melhores, porém no resto, o filme é muito bom, o diretor Mauro Lima conseguiu no geral uma ótima produção. Além do filme, outro atrativo é a interpretação majestosa do Selton Mello, este, um dos atores que honram a profissão com talento. Ainda em cinema, não me surpreendeu a não escolha para disputar o Oscar do “O Ano que meus pais saíram de casa”, do diretor Cão Hamburger, dificilmente a academia seleciona filmes latinos americanos, e este filme, não é tão bom no sentido de visibilidade para concorrer ao Oscar. Para quem não o assistiu, fica o convite pelo último trabalho do saudoso Paulo Autran na televisão. Anos atrás seria loucura comentar sobre o cinema nacional, mas hoje, mesmo ainda longe do ideal, no sentido de respeito aos roteiristas e cineastas, a produção tupiniquim já tem produções para se orgulhar. Dia após dia chegaremos lá.
A madrugada não sorriu, esqueceu dos seus vícios, e já caminha para aparecer sozinha.
Scuisiatto
Um comentário:
"Complicado é não perceber que na minha cama, dormem muitas folhas, livros, calendário, agenda e, roupas amassadas. Em meio a esta confusão, achei minha Clarice, oras, hoje tenho o direito de escrever, afinal, não é todo dia que reencontramos um Perto do Coração Selvagem."
*lê. relê. lê mais uma vez. suspira*
eu gosto de ler as suas coisas.
;)
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