domingo, 3 de julho de 2011

Antes de segunda



O assunto do começo de semana vai ser o frio, não adianta a gente querer mudar o discurso, pois os dedos da mão gelada irão lembrar – uma crônica atrasada. O que era para ser na sexta-feira, saiu apenas um pouco antes da virada do domingo.

Tudo o que era ontem/anteontem/fiz hoje, desviando pelos espaços em que o vento gelado sopra com menos intensidade. Mas aparentemente qual a relação do frio e da crônica? Nenhum eu diria, todos o narrador reclamaria.

Somado a isso, previsivelmente as leituras atrasadas, apesar que uma vida é pouco para ter leituras em dia. Contrário a isso, a escritura, boa ou ruim, necessária. Ser levado pelas palavras é dar vazão aos sentidos que uma crônica nos faz ver.

O inverno é o roteiro que um filme de suspense cria com os mais variados efeitos e custos milionários em Hollywood. Uma andada pela cidade durante a tarde e pombas na torre de uma igreja se camuflam pela neblina. Com o voyeurismo candango fecha o guarda chuva para sentir as gotículas no rosto.

Nas previsões do tempo, a moça responsável pelos apontamentos no mapa normalmente é crucificada pelos erros percebidos na manhã seguinte – se for para sentir frio, pior para ela.

Para um começo frio de crônica, as quase rasas palavras não foram suficientes para esquentar a temperatura, que encontro ali nas páginas surradas daquele romance emprestado.



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